domingo, 13 de novembro de 2016

O ESCRAVO LIVRE

A quem se entregar depois da liberdade?

João 8.32

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Para nós, a verdade é a Palavra de Deus. Deus é a verdade, suas Leis são a verdade, Jesus é a verdade. Mas para outros, a verdade é o que lhe faz bem e Deus nos deu a liberdade para pensarmos o que desejarmos.
A verdade pode ser mensurada pelo valor que agregamos a ela.

Qual valor você da para o diálogo?
Qual valor você atribui a conhecimentos passados? Dos avós, dos pais, dos amigos.
Qual o valor você dá ao tempo? Este valor está intimamente ligado à prioridade que lhe oferecemos. Perceba comigo. Vamos pensar em uma pessoa que passou pelo “vale da sombra da morte”, e está bem. Então vai começar a ter tempo para a vida. A partir dai podemos parar e pensar quais nossas prioridades ou prioridade para o presente.
O texto nos fala sobre o “conhecer a verdade” e para se “conhecer” é preciso se incorporar à memória. Para se incorporar à memória é preciso estudar. Mas para isso é preciso de tempo e tempo é algo raro neste mundo pós moderno. Muitos dizem: não tenho tempo para estudar a Palavra de Deus, pois tenho que estudar inúmeras matérias que não fazem parte das Escrituras Sagradas, depois eu estudo! Este tempo na verdade nunca chega.

O tempo vem nos mostrando um caminho muito claro de incertezas e dúvidas. Pois o que vem se mostrando com o passar do tempo é uma sociedade que vem se fragmentando em momentos de prazer, onde o facebook e whatsApp passaram a se tornar as maiores fontes de conhecimento, sem deixar de lado o Jornal Super e o Jornal Aqui. Não se reserva um tempo a leitura, mesmo nestas ferramentas atuais.
Então a verdade se fragmentou em pequenas informações. 
Segundo o texto de João, a verdade em questão é uma “verdade que liberta”.
Esta sensação de liberdade às vezes nos deixa loucos, pois o desejo da humanidade é por uma liberdade, mas esta o corrói por dentro. A sensação de que se está perdendo o controle da situação, trás grande insegurança. Imagine um pai que não sabe por onde o filho anda, uma mãe que espera a filha chegar em casa, uma reunião que não se conhece a pauta.

Quanto à questão da liberdade, me veio uma pergunta.

A quem se entregar depois da liberdade?

Partimos para a história. Assim que a Lei Áurea extinguiu a escravidão no Brasil. Segundo Wlamyra R. de Albuquerque, professora de história da Universidade Federal da Bahia (UFBA), autora de O Jogo da Dissimulação, abolição e cidadania negra no Brasil (Companhia das Letras), que diz: 
“Mas uma lei, por mais desejada que ela seja, não tem a força de jogar por terra o passado histórico”.
Muitos escravos se libertaram de anos de servidão. Saíram de suas senzalas e foram para a liberdade da vida. Mas o que fazer então? Para onde ir? Muitos se tornaram ladrões, outros se juntaram e formaram comunidades que ainda hoje existem na forma dos quilombos. Já outros voltaram para os seus antigos senhores, outros nem saíram.

A quem se entregar depois da liberdade?

Certo mestre diz a seu discípulo: Ajude aquela moça a atravessar o rio. O discípulo diz: Eu não posso. Ajude ela o senhor. O mestre então coloca a moça no colo e a ajuda atravessar o rio, a deixa lá e segue seu caminho. O discípulo intrigado e indignado com a atitude de seu mestre, o questiona. Mestre, não intendo o senhor. O mestre, com toda a paciência do mundo, pergunta. O que você não intende? O discípulo impaciente diz: Nós fizemos um voto de celibato, como o senhor pega aquela moça no colo? O mestre com toda a serenidade do mundo diz: eu a deixei lá do outro lado do rio, mas você ainda a está carregando. 

A maior liberdade que o homem pode ter é a liberdade da alma. Quando se é liberto, pode-se estar na situação mais triste da vida, que não se sentirá preso. 
Há um texto em Êxodo que diz assim:
“São estes os estatutos que lhes proporás: Se comprares um escravo hebreu, seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça. Se entrou solteiro, sozinho sairá; se era homem casado, com ele sairá sua mulher. Se o seu senhor lhe der mulher, e ela der à luz filhos e filhas, a mulher e seus filhos serão do seu senhor, e ele sairá sozinho. Porém, se o escravo expressamente disser: Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro. Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.” (Êxodo 21.1-6).
Ser servo de Deus é preciso entrega absoluta, mas esta entrega requer amor. Em At 3.13 Pedro diz: “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus dos nossos antepassados, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós entregastes...” Este foi servo que se entregou por amor. O servo sofredor tanto falado em Isaías 42-53.

Em Rm 1.1 Paulo diz assim: “Paulo, servo do Senhor Jesus Cristo”. No capítulo 15.8 diz: “Afirmo, pois, que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, a fim de confirmar as promessas feitas aos patriarcas”. 

A quem se entregar após a liberdade?

Estregue sua vida para Jesus e sirva no Reino de Deus assim como diz em Gl 5.13 “...sede servos uns dos outros mediante o amor”. Ef 6.6 “...não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração, a vontade de Deus...”

Finalizo minha exposição com uma célebre frase de Anne Frank. “Para se amar alguém, a primeira condição é poder admirar – admirar e respeitar”.

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