quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A PROFECIA NO ANTIGO TESTAMENTO

Os profetas não eram pessoas que primordialmente previam o futuro, embora tivessem esse poder e o exercessem, mas arautos da vontade divina, que falavam em nome de Deus.

Introdução

A palavra “Profeta” vem do hebraico e a tradução mais comum é “NABI”.
Esta palavra pode significar: proferir, anunciar uma mensagem. Os profetas não eram pessoas que primordialmente previam o futuro, embora tivessem esse poder e o exercessem, mas arautos da vontade divina, que falavam em nome de Deus, com a habitual introdução: “Assim diz o Senhor”. Sua principal função era manter o relacionamento correto entre a nação e Deus e fortalece-lo com suas palavras e atos. Este verbo também denota o comportamento incontrolável descrito como “extase”. Ser possuído pela divindade, pelo “espírito” ou pela “mão” de Javé. 
Ex 7.1 “Eis que tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta.” Arão seria o porta voz de Moisés Ex 4.14-16. Visto que um profeta é um porta-voz de Deus Arão falaria por Moisés, para interpretar Suas ordens ao faraó e aos israelitas.
A palavra “Profeta” no grego é “Profphetes”, que significa: “alguém que fala por um deus e interpreta sua vontade” ou “alguém cujo ofício é servir como porta voz de Deus, cuja mensagem é para admoestação ou predição”.
Deus instituiu homens para a função de profetas. Ele elegeu algumas pessoas para entregar suas mensagens ao povo. Moisés foi o ícone deste “ministério”. (Ex 19.17; 20.18,19; Dt 5. 1,4,5; 18. 15,16.).
Os profetas são classificados como Profetas maiores e menores. Orais e Escritores, como Natã, que é um profeta mencionado no livro de I Samuel e não existe um livro com o seu nome. Elias e Eliseu, mencionados em Reis. Já os escritores temos: Isaías, Jeremias, Daniel, Jonas. 
O povo vivia em uma teocracia (governo onde o próprio Deus era o governante), o povo conhecia a lei através do profeta que os anunciava. Is 1.2 “Ouvi, ó céus, e dá ouvido, ó terra, porque o Senhor é que fala”...
O Profeta tinha uma conotação de homem piedoso no A.T. como em Gn 20.7.  Pelo seu relacionamento especial com Deus, o profeta não só anuncia a palavra do Senhor como também intercede diante de Deus nos momentos críticos.
Muitas vezes era chamado de homem de Deus Dt 33.1. O uso desse termo enfatiza a diferença de caráter entre o profeta e as demais pessoas. Era aquele que estava em contato com o reino sobrenatural. 
Ao que parece o profeta passou a ser chamado de vidente I Sm 9.9. São os que têm o dom de visão ou podem distinguir os presságios, dos fenômenos naturais. Mas o “vidente” em especial é aquele que tem uma capacidade especial para perceber o que outros não conseguem ver, particularmente o futuro ou o que está longe. 

As Características dos profetas
O Profeta recebia uma chamada específica:
a)                Moisés – Ex 3.1-4
b)                Isaías – Is 6.1-10
c) Jeremias – Jr 1.4-19
d)                Ezequiel – Ez 1 a 3
e)                Oséias – Os 1.2
f)  Amós – Am 7.14-15
Tinham uma preocupação ética e social      
O profeta tinha que aconselhar e muitas vezes, confrontar reis.
Natã – II Sm 7.17; 12.1.15
Isaías – II Rs 19.1-7, 20-37; 20. 4-11
Eliseu – II Rs 5.11-14

Uso de símbolos

O profeta, às vezes, usava símbolos na entrega da sua mensagem. Jeremias, a botija de oleiro Jr 19.1;  Ezequiel e o tijolo Ez 4.1-8.

Como diferenciar um profeta verdadeiro de um falso?

Dt 13.1-5
“Se aparecer entre vocês um profeta ou alguém que faz predições por meio de sonhos e lhes anunciar um sinal miraculoso ou um prodígio, 2e se o sinal ou prodígio de que ele falou acontecer, e ele disser: ‘Vamos seguir outros deuses que vocês não conhecem e vamos adorá-los’, não dêem ouvidos às palavras daquele profeta ou sonhador. O SENHOR, o seu Deus, está pondo vocês à prova para ver se o amam de todo o coração e de toda a alma. Sigam somente o SENHOR, o seu Deus, e temam a ele somente. Cumpram os seus mandamentos e obedeçam-lhe; sirvam-no e apeguem-se a ele. Aquele profeta ou sonhador terá que ser morto, pois pregou rebelião (desvio) contra o SENHOR, o seu Deus, que os tirou do Egito e os redimiu da terra da escravidão; ele tentou afastá-los do caminho que o SENHOR, o seu Deus, lhes ordenou que seguissem. Eliminem o mal do meio de vocês (Queimarás o mal).

Dt 18. 18.22 18 Levantarei do meio dos seus irmãos um profeta como você; porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o que eu lhe ordenar. 19 Se alguém não ouvir as minhas palavras, que o profeta falará em meu nome, eu mesmo lhe pedirei contas. 20 Mas o profeta que ousar falar em meu nome alguma coisa que não lhe ordenei, ou que falar em nome de outros deuses, terá que ser morto’. 21 “Mas talvez vocês perguntem a si mesmos: ‘Como saberemos se uma mensagem não vem do SENHOR?’ 22 Se o que o profeta proclamar em nome do SENHOR não acontecer nem se cumprir, essa mensagem não vem do SENHOR. Aquele profeta falou com presunção. Não tenham medo dele.


A Profecia no Oriente Próximo

Algumas das mais interessantes informações sobre profecias no período dos dois reinos israelitas vêm das regiões semítica ocidental e mesopotâmica.

Uma estela do rei Zakir (cerca de 78 a.C), do Estado arameu de Hamath, registra como ele recebeu um oráculo de vitória de seu deus por meio de profetas, chamados de “videntes” ou “mensageiros”. 

Cartas do Séc XVIII a.C. da cidade de Mari, no Eufrates, contém vários oráculos dados ao rei Zimrilim por adivinhos cujas palavras e atos lembram os dos profetas bíblicos. Esses oráculos contém revelações obtidas em sonhos, visões e transes. Paralelos também foram encontrados em textos que continham oráculos de vários reis do Império Assírio (c.680-627 a.C).

A Escola de Profetas

A escola de profetas, teria sido o primeiro seminário teológico dos tempos bíblicos. Essa escola teria sido organizada por Samuel, que acumulou o ministério de profeta, sacerdote e Juiz       (I Sm 10.5; 19.20). Elias e Eliseu foram os responsáveis pela consolidação da escola dos profetas, esta escola teria sido uma resistência à apostasia que havia se estabelecido no reino do norte (II Rs 2.3; 4.38; 6.1). O ensino era tanto moral quanto espiritual. Os alunos teriam de ter, tanto ensinamento quanto experiência com Deus.

A escola dos profetas foi estabelecida em Ramá e estavam espalhados em Gibeá ( I Sm 19.20; 10.5,10). Centros de estudo também estavam espalhados em Gilgal, Betel, Jericó (II Rs 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1; 9.1).

Cerca de cem estudantes faziam parte desta escola comandada por Elizeu em Gilgal (II Rs 4. 38,42,43). Quando Elias e Eliseu foram ao rio Jordão encontrava-se com eles cinquenta estudantes da escola de Profetas (II Rs 2.7, 16,17). 

O estilo de vida deles era em comunidade, em uma casa comum, na companhia dos profetas (II Rs 6.1). 

Alguns deles eram casados e tinham filhos (II Rs 4.1) e acompanhavam os homens de Deus, por isso eram chamados de filhos dos profetas.

A escola dos profetas dava também aos estudantes uma formação musical, a fim de que pudessem oferecer ao Senhor música de qualidade para a adoração a Deus (I Sm 10.5).


Quem são os verdadeiros profetas

Alguns profetas foram chamados diretamente por Deus, como: Amos, Isaías, Jeremias, Ezequiel. Nos próprios livros encontra-se escrito que foram chamados pelo próprio Deus. Já outros foram chamados por outros profetas. Josué chamado por Moisés, Elizeu chamado por Elias. Mas todos chamados por Deus.
A profecia não é para falar bem sobre as pessoas ou para dizer algo bom, ela são para equilibrar a sociedade (Jr 20,7-9). 

Bibliografia

Bíblia de Estudo Almeida
Comentário Bíblico Adventista
Comentário de Leila Castanha

Comentários judaicos

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