terça-feira, 15 de novembro de 2016

O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA



Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia.

Verdadeiro Sentido da Páscoa (Pêssach)

Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia.
Páscoa (Pêssarr, em hebraico) significa literalmente “passagem” (pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os. Ex 12:27). É uma FESTA instituída por D-us como um memorial para que os filhos de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio D-us os libertou com mão poderosa, trazendo juízo sobre os deuses do Egito e sobre Faraó. (Ex 12).
Páscoa fala de memória, de identidade. O povo de ISRAEL foi liberto do Egito para poder servir a D-us e ser luz para as nações. Páscoa é uma FESTA instituída para que jamais ISRAEL se esquecesse quem foi, quem é e o que deve ser. Da mesma forma,  todos os que são discípulos do Mashiach são co-herdeiros e co-participantes das promessas e das alianças dadas por D-us a Israel, pois através do Evangelho foram enxertados em ISRAEL e são parte do mesmo corpo (judeus e não-judeus), a Família de D-us (Ef 3:6). Daí, conforme o ensino apostólico em I Co 5:8, os discípulos de Yeshua não-judeus podem e devem também celebrar este memorial.
O simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no Novo Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Yeshua não apenas é morto em Páscoa, mas ele simboliza o próprio CORDEIRO pascal (I Co 5:8), que TIRA o pecado do mundo (Jo 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos resgata da escravidão do pecado e nos SELA como Seus filhos.  Nele (Yeshua), somos feitos NOVAS CRIATURAS sem o fermento da malícia e da maldade Gl 2.20.
Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa que é a mais simbólica das Festas de D-us. Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO para servirmos a D-us. Não existe este vocábulo na língua portuguesa; entrou na língua por efeito da linguagem litúrgica da Igreja Católica.
È de origem grega, que por, sua vez, foi tirado do verbo hebraico Pessach que quer dizer “Passar além, passar por cima”. Há outra tradução que quer dizer: estar protegido debaixo das asas". Lc 13.34 "Jerusalém, Jerusalém,  quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e não o quisestes".
No hebraico, a palavra descreve a passagem do anjo da morte, quando seriam mortos todos os primogênitos do Egito e poupados os dos israelitas.
Voltemo-nos ao tempo de Jesus em Lucas 22.7-15. Esta é uma festa fixa do Senhor Lv 23.1, 2. É fixa, por que era para ser comemorada para sempre e é do Senhor, porque é para lembrar a todos de como Deus é bom. Assim como Ele foi bom para com o povo de Israel, Ele sempre será bom, com aqueles que cumprem Sua vontade. Esta é uma aliança de Deus com o homem e não se trata somente de salvação, mas também de salvação, mas também em se manter o foco na bondade de Deus. Trata-se de quanto ele te ama e deseja abençoá-lo, mas também se trata de como você deve amar seu próximo como a se mesmo.

I – A PÁSCOA PARA ISRAEL

a) INSTITUIÇÃO – Foi instituída no Egito para comemorar o acontecimento culminante da redenção de Israel. Ex. 12: 14.

b) ELEMENTOS DA PÁSCOA
·                    CORDEIRO – Representavam o preço da redenção e libertação de Israel do Egito; o sacrifício.
·                    OS PÃES ASMOS – Revelavam a pressa com que abandonariam a terra do Egito. A farinha amassada sem ter recebido o fermento, por falta de tempo.
·                    ERVAS AMARGAS – Ou alface agreste, recordavam a opressão do Egito, a amargura do cativeiro, além de dar melhor sabor á carne do cordeiro.
·                    SANGUE – Representa a expiação.

c) RITUAL DA CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

·                    Deveriam tomar para si o Cordeiro. Ex.12.3
·                    A família deveria participar e comer todo o cordeiro. Caso a família fosse pequena, deveria juntar-se a outra vizinha. Ex.12.4
·                    O Cordeiro seria sem mácula de um ano de idade e primogênito.
·                    Deveria ser assado inteiro e comido com pães asmos e ervas amargas. Ex. 12.8.

d) SÍMBOLO NEOTESTAMENTÁRIO

O Cordeiro – Simboliza Cristo, a libertação do pecado – Jo.1.36. João afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
·                    Era sem defeito – Ex.125; I Pe. 1.18-19.
·                    Foi sacrificado, no entanto seus ossos não foram quebrados. Ex. 12.46; Sl. 34.20; Jo. 19.36.
·                    O sangue foi derramado para a expiação dos pecados: era o penhor da salvação. Ex. 12.13; I Jo. 1.7
·                    Foi comido na páscoa. Mat. 26.26
Os pães asmos – Simbolizam pureza. O pão deveria ser sem fermento.
·                    A proibição baseava-se em que o fermento é um agente de decomposição e servia de símbolo da corrupção moral e impureza, e também de doutrinas falsas. Mt.16.11; Mc.8.15.
·                    Na nossa comunhão com Cristo não pode haver impureza.
·                    A ausência do fermento simboliza a santidade de vida que deve haver no serviço de Deus.
·                     Paulo compreendeu o sentido do fermento em relação a impureza. I Cor 5.7, 8. "Livrei-nos do fermento velho"
·                    São três pães na mesa, cada um representava respectivamente, Abraão, Isaque e Jacó, isso no Antigo Testamento, já no Novo Testamento são, o Pai, o Filho e o Espírito do Santo (Espírito Santo).
·                    O pão do meio, que é representado por Isaque e pelo Filho, no momento da ceia este pão é partido ao meio, um pedaço volta para o pilha e o outro é repartido para as crianças e escondido em lugares pela casa, as crianças devem procurar e ao encontrarem recebem um prêmio, isto é o símbolo da satisfação em encontrar ao Senhor.
Ervas amargas – Literalmente é "coisa amarga" e simbolizavam a amargura que o cordeiro iria passar e a amargura das almas humanas por causa do pecado. Hoje, todas as vezes que celebramos a Ceia do Senhor, relembramos o grande feito da nossa redenção feita não por Cordeiro, não mais por um cativeiro físico, mas pelo próprio filho de Deus.
“Podemos dizer que o Egito foi o Calvário da nação hebraica, como o Calvário de Jerusalém foi o nosso Calvário”.

Sangue – A garantia do perdão – “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”, Heb. 9.22. O Sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo o pecado. I Jo. 1.7. O pecado do homem foi coberto pelo sangue propiciatório do cordeiro de Deus.

No seder ha 4 calices e cada um representa algo que Deus fará pelo seu povo, Ex 6.6, 7.

1. Tirarei – Is 1.18 – Lembra que através do sangue de Yeshua (Jesus), que é nosso cordeiro da Páscoa, nossos pecados foram perdoados.
2. Livrarei – Gl 3.13 – Libertação. O sangue deste cordeiro, não somente lira o pecado, mas quebra toda a maldição, seja da raiva, rancor, tristeza, decepção e etc.
3. Resgatarei – I Pd 1.18,19 – “Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito”.
4. Tomarei – I Pd 2.9,10 – “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam.”

II – A PÁSCOA NOS NOSSOS DIAS E OS SEUS SÍMBOLOS

a) INSTITUÇÃO – A festividade da páscoa foi fixada pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C..É uma festa anual da Igreja Católico Romana, comemora a ressurreição de Cristo.

b) OS SÍMBOLOS

O coelho – Substituíram o cordeiro pelo coelho, como símbolo de fecundidade (chegando até produzir aproximadamente cento e dez filhotes por ano). Apareceu por volta de 1915, na França. A sua cor e sua rapidez contribuíram para o seu lugar na simbologia. Dizem mais que ele representa a morte e a ressurreição de Cristo pelo fato de alguns que habitam em lugares frios e nevados hibernam e só saem da caverna quando chegam à primavera. Sabemos que não podemos aceitar tamanha aberração, pois em toda a Bíblia encontramos o Cordeiro e não o coelho como símbolo de Cristo.
O ovo – O ovo significando começo, origem de tudo. Quando incubado, dele sai vida, porque nele está contido a vida. Em Cristo não está contido a vida, Ele é a própria vida. João 11.25.
Está presente na mitologia antiga, nas religiões do oriente, nas tradições populares e numa grande parte da Cristandade. Na idade média os europeus adotaram o costume chinês de enfeitar o ovo. Em 1928 surgiram os ovos de chocolate que industrializaram em larga escala.
No século XVIII a Igreja Católica Romana adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo.
O peixe – É símbolo de Cristianismo. Dizem que no passado quando os cristãos se reuniam, faziam desenho de um peixe. Na semana santa, não comem carne, por causa do corpo de Cristo e substituíram a carne por peixe, mas na páscoa judaica comiam cordeiro.
Estes símbolos modernos são uma mistura de mitologia pagã com a simbologia cristã paganizada.

III – A PÁSCOA PARA OS EVANGÉLICOS

Para os evangélicos, a Páscoa tem apenas valor histórico e figurativo. O que tem sentido e valor para nós é a Ceia do Senhor, pois Jesus quando comeu a última páscoa com seus apóstolos antes do sofrimento, deu um caráter todo especial ao acontecimento. Lc. 22.15. Ele estava instituindo a Ceia que, para nós, os cristãos, substituía a páscoa. Será mesmo? – Lc. 22.15-20.
A Páscoa Bíblica, portanto, consumou-se em Cristo, que a instituiu como um novo memorial – a sua Ceia, na qual o crente comemora a morte do Senhor até que Ele venha.
Como as famílias devem hoje celebrar esta data?
Os Judeus (sejam eles crentes em Yeshua ou não), celebram esta festa da forma descrita acima pois ela é um estatuto perpétuo (Ex 12:14).  Para os judeus crentes, esta festa é ainda mais especial, pois Yeshua é o nosso Cordeiro Pascal. Mas e os cristãos não-judeus? Temos provas históricas que a Igreja, até meados do séc IVd.C., celebrava a Festa de Páscoa como os judeus (com pães asmos e no dia 14 de Nissan) – I Co 5:8 e Cl 2:16. Algumas obras Patrísticas também atestam a mesma coisa (Peri Pascha – Melito de Sardes – séc II d.C.). Vejam o que escreve Polícrates, então bispo de Éfeso, sobre a celebração de Pêssach. Ele estava argumentando contrariamente à decisão do Bispo de Roma, Papa Vitor I, sobre a imposição de mudança da data e do simbolismo da Páscoa:
“Nós observamos o dia exato, sem tirar nem por. Pois na Ásia grandes luminares também caíram no sono [morreram], (…) incluindo João, que foi tanto uma testemunha quanto um professor, que se deitou no peito do Senhor e (…)  Policarpo, que foi bispo e mártir; e Tráseas, bispo e mártir de Eumênia, que dormiu em Esmirna. Por que precisaria eu mencionar o bispo e mártir Sagaris, que se deitou em Laodicéia, ou o abençoado Papirius ou Melito (…)? Todos estes observavam o décimo-quarto dia da Páscoa judaica de acordo com o evangelho, não desviando em nenhum aspecto, mas segundo a regra de fé. E eu também, Polícrates, o menos importante de todos, faço de acordo com a tradição de meus pais (…) E meus parentes (07 outros bispos) sempre observaram o dia que as pessoas separavam o fermento (…) Pois os que são maiores que eu disseram ‘Nós devemos obedecer a Deus ao invés dos homens…‘ (…)”.  Eusébio sobre a Carta de Polícrates de Éfeso ao Papa Vitor I – História Eclesiástica – Livro V – Cap. 24
A Pascoa Judaica só foi proibida de ser celebrada no Concílio de Antioquia, em 341 d.C, e demorou quase 400 anos até que as pessoas tivessem deixado de vez esta tradição dos apóstolos. Assim, os cristãos de hoje deveriam obedecer ao apóstolo Paulo e seguir o exemplo dos primeiros crentes, realizando em suas igrejas e em suas famílias um jantar festivo, com pão sem fermento, o cordeiro assado e ervas amargas, para se lembrarem de como a vida era amarga antes de conhecermos a Yeshua, e como ele nos RESGATOU com mão forte das garras do inimigo e da escravidão do pecado, e nos fez NOVA CRIATURA sem o fermento do pecado. Deveríamos todos celebrar neste dia como o SANGUE do Messias foi derramado por nós, nos marcando e nos consagrando a D-us.

CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo nos adverte em sua I carta a Timóteo, 4. 1-3. Não envolvemos com tais tradições mas, nós que provamos do novo nascimento, que tornou-se real com o sacrifício do filho de Deus, o verdadeiro Cordeiro pascoal, recordemos-nos do Calvário constantemente independente de uma data fixada no calendário anual. Temos em nós esse Cristo ressurreto. Aleluia!

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